Fevereiro 2015... O GRANDE POVOADO

Foto de Jônatas David Brandão Mota.

O GRANDE POVOADO I... As muitas circunstâncias providenciaram para que antes, durante e depois da construção da BR 101, pessoas descobrissem, viessem, produzissem nestas terras; pessoas de todos os lados, de todos os cantos, que chegaram e se implantaram, cresceram e se fortaleceram, formasse este lugar, desenvolvesse este lagar, travassem aqui as suas guerras. As poucas famílias distribuídas em fazendas próximas, os poucos lavradores que se juntavam às margens do Itanhém, as poucas gentes que se cruzavam pelas matas, terminou dando no que deu; outros tantos que chegaram por seus variados e particulares motivos, outros tantos que acompanharam os demais que se fizeram daqui, cativos como um sonhador que veio, dormiu e amanheceu. Chegou o momento de se reconhecer que havia um grande povoado socado nas muitas matas que ainda se via por toda esta redondeza, neste enorme Estado da Bahia; uma mina de ouro, de gente de ouro, de sonhos e muita disposição que já estava, naturalmente construindo um farto logradouro, um entusiasmo arrebatador que por toda região se acendia.

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O GRANDE POVOADO II... Foram muitos, os caminhos trilhados por Teixeira de Freitas em sua busca por existência, espaço e progresso, foram muitos os caminhos em sua rota de aparecer; tudo se locupletava no sentido de fazer surgir, neste lugar, com estas formas, a cidade que já se tem tomado como centro cultural, econômico e político de toda uma região que por aqui se fez ser. Qualquer poeta pode afirmar, e será verdade, que todo o universo sempre conspirou para que o lugar se fizesse vilarejo, depois povoado, depois cidade, depois metrópole e tudo mais; foi num piscar de olhos para que tudo se iniciasse, seguisse e se formasse nos moldes que conhecemos, nos moldes que se tem feito, e hoje temos esta bela cidade que tanta alegria nos trás. Ela se tornou bela, hoje é uma jovem moça a formosear toda uma região, vai-se agigantando para, não demorar, ser a jovem moça de um Estado, da Bahia, de toda a Bahia, como num encanto; com a mesma pressa que a pouco tempo não existia e hoje é o que é, Teixeira se apressa a ser o que a natureza tem lhe reservado a ter, fazendo todos nós cheios de rimas para nosso acalanto.

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O GRANDE POVOADO III... Uma das origens para o povoado, uma das histórias que se tem contato, uma das hipóteses que nos tem trazido para hoje esta cidade ser o que ela tem sido; é a mata que por aqui existia, a imensa quantidade de madeira de lei que por aqui se via, o grande volume de toras e toras que a muitos enriquecia, um imenso potencial a muitos, para aqui, atraído. Neste aspecto, os capixabas muito participaram, foram eles que nos viram, que vieram, e por aqui se plantaram, levantaram serrarias, trouxeram seus caminhões, e trouxe muitas riquezas; foram eles que abriram o que havia de fechado na mata, que souberam beneficiar a madeira encontrada, que exportaram para o sul do país, para longe, divulgando, por lá, nossas belezas. Nossa cultura está repleta da cultura deles, nossos causos estão abarrotados de causos deles, e, de muitas formas, eles vieram trazer muito do que hoje somos e vivemos em nossa querida terra; devemos muito a eles, que vieram, chegaram, por aqui moraram, alguns voltaram, mas, ainda, muitos deles ainda por aqui estão, continuam contruindo esta cidade muito bela.

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O GRANDE POVOADO IV... Afirmam alguns relatos que, num segundo momento, após a exploração da madeira, após a invasão feita à mata que fechava todo este nosso rincão de belezas; as casas foram surgindo, a construção delas facilitou a chegada de famílias, de gente, muita gente, e aí estava posto o começo, o crescer e o progresso de tudo que se tornaria a Teixeira de nossa clareza. Primeiro as casas afastadas, instaladas nas fazendas que por aqui estavam, depois as casas mais próximas dos parentes e dos amigos velhos e novos que foram chegando para aqui também, morar; destas todas, outras tantas foram se juntando, se aglomerando, se posicionando em ruetas, em lugares de convívios, em espaços que se tornou um comercinho onde outros muitos passavam a cá. Daquele ajuntamentos escondido na mata, clarões foram se chegando, o vilarejo foi se expandindo, e, em pouco tempo, o casaril já se impunha, já dizia a todos que algo estava acontecendo; foi assim que a formação de tantas casas que surgiram, foram produzindo na mente de todo mundo, o que o bom senso da vida estava planejando e, por aqui, fazendo.

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O GRANDE POVOADO V... Fato é, que por volta dos iniciais anos 70, já existia, em nosso lugar, um povoado não tão grande, mas suficiente para demonstrar a pujança que o futuro reservava; vários fatores contribuíam conjuntamente para que os que por aqui moravam, não só formasse um contingente interessante de pessoas, mas, também, um mecanismo que, a crescer, se provocava. Por aqueles anos, várias casas e famílias já se espalhavam por ruas longas e largas, dando a entender que era irreversível o desenvolvimento que se mostrava e incluía aos seus muitos moradores; por aqueles anos, o comércio, a agricultura e outras atividades econômicas, por aqui, mostravam-se inicialmente imponentes, determinantes a resultados maiores e mais atrativos aos produtores. Teixeira já se fazia um povoado em franco crescimento, em franco desenvolvimento, era, como que, uma porta aberta ao enriquecimento de todos que por aqui chegassem e investissem; Teixeira era, como que, um poço de desejos, um lugar de relampejos, uma experiência que crescia e arrastava muitos pelas ondas do progresso que oferecia a todos que quisessem.

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O GRANDE POVOADO VI... Foi no início do início, quando o povoado ainda não era povoado, quando as famílias todas ainda não estavam, quando os primeiros já se organizavam coletivos; o melhor nome para o vilarejo, para o aglomerado de pouca gente morante, foi “São José do Itanhém”, graças à sua muito proximação ao rio que corria sereno, rico, por todo o vale, sadio e vivo. Por algum tempo esta era a denominação mais plausível, mais significante, foi o que veio trazer realidade ao que se estava formando por estes cantos deste imenso Estado, que todos chamavam Bahia; por algum tempo, este nome carimbou o que o pequeno povo vivido por estas bandas quis e formou, com toda a simplicidade de seus motivos, de seus interesses, e a simplicidade de suas alegrias. Tudo isto foi por volta dos meados dos anos 50, as poucas famílias que em fomenta, veio se instalando, não tão de vagar, nem tão apressadamente, formando o começo de tudo que hoje vemos; famílias e alguns lugares por perto, que vinham em busca dum certo, dum lugar, duma oportunidade, de sonhos pobres que chegavam a ter, sonhos ricos que todos nós sempre temos.

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O GRANDE POVOADO VII... Para um dos seus importantes primeiros nomes, para as primeiras atrações de muitos ao seu lugar, para o bem da agricultura e pecuária, o rio Itanhém; o povoado foi se organizando, crescendo, se fazendo importante, ao se localizar ao lado, o esquerdo, do rio vivo e atuante que cruzava esguiu pelo vale do seu destino, o nosso rio que nos traz, e nos leva também. Dentre os fatores de nascimento e desenvolvimento de nossa gente, dentre os fatores de atração e cativação de outras gentes que vêm e chegam, o rio é uma das nossa gratificantes belezas; ele está presente, em muitos momentos e contratempos, em muitos episódios de nossos primórdios, ele está sempre contente, ele está sempre entre as nossas forças e as nossas fraquezas. A história de nossa cidade, com toda sua vivacidade, está cheia de contações e canções, todas escritas, sem dúvida, com as tintas deste rio que, de todas as formas, nos tem sustentado para o futuro; ele é totalmente responsável e testemunha do tempo que já pssamos, deste momento que contamos, do assento que se nos espera, dos adventos que nos aguardam nos próximos casulos.

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O GRANDE POVOADO VIII... Voltemos aos anos de 1950, começo dos começos de tudo isto que nos tornamos, naqueles tempos “nada” era o pouquíssimo que por aqui existia em nossa terra; tempo que ainda existia matas virgens, lugares inexplorados entre nós, cantos apagados da ganância exploratória de homens e riquezas, floresta fechada em todos os sentidos que nela se encerra. Naqueles momentos, uma e outra fazenda, uma e outra casinha, uma e outra gente, pessoal esquecido nas bocas da mata, gente que parecia se esconder do em conturbação, lá fora; era os primeiros grãos que construiriam a cidade que temos, a cidade que somos, rara gente que começou a fincar pé em nossa paragem, em nosso lugar comum, gente que veio e não foi embora. Nos anos da década de 50, éramos sós, nós e mais ninguém, éramos um Brasil de poucos, de quase ninguém, um páis embranhado no esquecimento de matas virgens que, por aí, ainda sobravam; foi assim que passamos a ser gente, passamos a ser frente de um progresso que nunca mais parou, passamos a ser o que somos hoje, passamoa a ser o que seremos nos futuros que nos cobravam.

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O GRANDE POVOADO IX... Naqueles primeiros momentos da vida do povoado que haveria de se formar, surgem dois nomes importantes à construção que se estava concretizando por aqui; Hermenegildo Félix de Almeida e Júlio José de Oliveira surgem no cenário inicial de nossa terra, marcando bem suas presenças na terra, nas riquezas e na vida de todos que chegaram a seguir. Entraram nas matas fechadas qua ainda se podia ver, abriram passagens alargadas por onde se podia ter, forçaram a passagem do progresso que insistia em invadir o lugar fogoso de todos nós; iniciaram o irreversível desmatamento, abriram as clareras que nos mostraram a nós mesmos, tudo que éramos, tudo que tínhamos, e tudo que o futuro estava preparando para logo após. Dentre os pioneiros, estes dois que vieram depois, são os primeiros a abrir a nossa história para o mundo, lá fora, ansioso por derramar sobre nosso rincão, as suas próprias vidas, trabalho e sonhos; foi com eles dois que as portas, por eles abertas, se abriram para que devagar, depois mais apressados, o mundo todo viesse nos conhecer, se apaixonar, trazendo-nos seus motivos bons ou bisonhos.

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O GRANDE POVOADO X... Depois dos anos 50, quando, já, algumas pessoas essenciais chegaram e se juntaram aos essenciais que por aqui já estavam, mais gente chega nos anos seguintes; depois daqueles, considerados, primeiros momentos de nossa história de organização, chegou para cá, e ficou no nosso meio, a “firma” Eleusíbio Cunha, uma das que veio nos trazer sonhos de requintes. Foram anos difíceis, tempos de muitas limitações e lutas, oportunidades de construção, portas abertas para homens e mulheres destemidos, comprometidos com aquele presente de nossa gente; quando o empresário chegou, encontrou o seu lugar para crescer, o seu espaço para desenvolver, compra e venda de madeira, de muita madeira, uma bela história de progresso comovente. Com esse seu comércio maior, e com outras iniciativas menores, a empresa se fez grande na economia do vilarejo, inclusive com construção de estradas, pontes, casas e outros valores mais; o proprietário era influente e respeitado, inteligente e ousado, tornou-se fator primordial para que nossa história ingressasse pelos caminhos que tomou, com a participação de outros muitos tais.

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O GRANDE POVOADO XI... Logo que chegou a primeira grande “firma” em nossa história, um primeiro impacto aconteceu, fazendo entender que algo novo e grande estava para acontecer; um grande acampamento, mesmo coberto de palha, estabeleceu-se não só no território de nosso pequeno povoado, mas na credulidade de nossa gente que via muito longe no novo que estavam a ver. Eleusíbio Cunha, em sua visão empresarial, trazia, naquele momento de nossa história iniciante, os primeiros embriões sonhadores de progressos que estavam traçados para nossa convivência; enfrentou a mata fechada, enfrentou a falta de estradas, enfrentou a falta de tudo, enfrentou um pessoal sisudo, foi muito determinado a superar empecilhos mil em muitas de suas contingências. Mas veio, se estabeleceu com muita galhardia, mostrou coragem e confiança no que podia fazer, fincou estacas e arregaçou as mangas num trabalho consistente e acrescido de estratégias; em pouco tempo já via os resultados benéficos de seus investimentos, os lucros motivadores de suas ações, em pouco tempo já atraia a atenção das concorrências, que chegavam enérgicas.

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O GRANDE POVOADO XII... No final da década de 50 e início da década seguinte, Eleusíbio Cunha, com sua empresa, já estava em alta extração, beneficiamento e exportação de madeira; caminhões e caminhões deixavam o pequeno povoado existente, em direção ao nordeste, mas, principalmente, em direção ao centro-oeste e sul do país com o resultado de nossa gente trabalhadeira. A muita madeira de lei que era colhida, faziam enormes toras renderem rios de dinheiro não só ao empresário, mas à economia regional, já que tantos trabalhadores locais ou não eram seus empregados; muitos de muitas cidades e vilarejos vizinhos, saiam de seus lugares, saiam de seus Estados, vinham “ganhar a vida” naquele serviço que estava juntando tantos fortes, destemidos e abnegados. Teixeira encontrou um viés de desenvolvimento, o pequeno lugar promissor estendeu-se a colher resultados de crescimento, em muitos sentidos, com este novo e primeiro negócio grande; no passar dos dias e anos, este ramo comercial irá produzir mais madeireiras, mais gente, mais dinheiro, mais desenvolvimento, mais tudo que trará Teixeira para o lugar de quem se expande.

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O GRANDE POVOADO XIII... Depois do Eleusíbio Cunha, por causa dele, através dele, e apoiados por ele, outros passaram a chegar e a se achegar à nossa história, ao que estava acontecendo conosco; outros muitos passaram a, para aqui, entre nós, a morar, a consoco viver, a conosco trabalhar, e, portanto, nos fazendo lugar próspero, nos fazendo deixar de ser gente de um lugar tosco. Com estes tantos que vieram por meio do que a empresa fazia entre nós, com nossa madeira, outros empresários foram se engraçando com o que tínhamos a oferecer com nossa natureza rica; mais empresários foram se aproximando, muitos foram chegando, muitos foram morando, e traziam muitos de seus empregados, muitos de seus negócios, como até hoje nossa natureza fabrica. Nos anos 60 já tínhamos um lugar bem conhecido, um lugar que crescia com muito vapor, atraindo muita gente, e dando muita condição para todos trabalharem e se enriquecerem com o que faziam; era um pequeno paraíso ainda com muitas limitações, um pequeno paraíso com exorbitantes privações, mas que crescia, que atraia, que dava fôlego e esperança a todos que mereciam.

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O GRANDE POVOADO XIV... Durante ou depois daqueles primeiros anos da década de 60, alguns nomes e famílias, dentre outras muitas que foram chegando, se destacaram em nossa história; João Antunes, Manoel de Etelvina, Aurélio de Oliveira, Duca Ferreira e membros da família Guerra, foram nomes que até hoje devemos muitos para o que somos, o que temos, nos relatos de nossas glórias. Cada um com seu jeito, em seus eitos e contextos, cada um de uma maneira eficaz, com espírito capaz, todos estes e alguns outros deixaram marcas que se perpetuam até nossos dias; fazendo comércio, participando da criação e plantação que inundavam nossa economia, estes homens e famílias se juntaram a construir este futuro de agora, e o futuro que colheremos mesmo a porfias. Vieram de longe, aqui chegaram, aqui se juntaram, formaram um povo só, uma gente só, uma sociedade trabalhadeira, em muitos sentidos, altaneira, gente que foi a gente naqueles desdobramentos; todos que plantaram com desvelo e empenho a Teixeira que hoje vivemos, a cidade que amanhã viveremos, o lugar poético que todos nós sonhamos e temos no pensamento.

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O GRANDE POVOADO XV... Fato é que, no final dos anos 50, já tínhamos algumas famílias, algumas pessoas, alguma ligeira importância no cenário regional, neste canto esquecido da Bahia; com aqueles que por aqui estavam, algumas coisas aconteciam dando vida à convivência, dando relevância ao mundo vivo que por aqui se instalava, dando significado ao que por aqui se instruía. Algumas atividades já se verificavam no contexto social onde as pessoas se viam, se encontravam, se conheciam, onde elas casavam-se e se davam em casamento, se firmavam e se afirmavam no que queriam; alguns relatos ainda lembrados, dão conta de momentos festivos, cerimoniais, representativos ao estado de coisa que se norteava no cotidiano das muitas pessoas que aqui viviam. Naquele momento de nossa história, já éramos um vilarejo de episódios, um emaranhado de factódios capazes de mover todo o pessoal vizinho a participar de desenvolver de uma população; era Teixeira de Freitas que se arrumava, se ornamentava toda, na conquista de seus anseios, na teimosia de seus perneios, fazendo marchar os muitos motivos para edificar a sua aptidão.

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O GRANDE POVOADO XVI... No final dos anos 50, a Igreja Católica já estava presente no nosso meio, já cumpria seu papel religioso e social em nossa comunidade, já fazia parte de nossa história; a capela de São Pedro já era realidade, já reunia fiéis, já divulgava seu ensino bíblico, já cuidava dos muitos católicos que pertenciam ao nosso convívio, nosso cotidiano, à nossa trajetória. A capela foi construída onde sempre esteve, pregava o que sempre pregou, fucionava como sempre funcionou, era importante ao povoado como sempre foi, e assim congregou os muitos, por aqui, cristãos; inicialmente pequena e simples, mas o suficiente para ser a catlizadora que foi, o suficiente para ser a convergência que foi, para ser a dignatária que sempre foi até entre os pagãos. Naquele tempo, por causa daquela capela, já éramos como que um povoado, até com certo orgulho avoado, de lugar civilizado que se organizava naturalmente, espontaneamente, com os que aqui moravam; por causa dela, cumprindo seu papel formidável, nosso lugar já se mostrava relevante, muito cativante, recomendável, exuberante aos que estavam, e aos muitos que, aqui, chegavam.

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O GRANDE POVOADO XVII... A história diz que em 1958, no dia 14 de Abril, aconteceu o primeiro casamento religioso no povoado, primeiro matrimônio católico em nossos registros; o celebrante foi o Frei Olavo, de Alcobaça, que, muitas vezes, vinha ao povoado para muitos serviços religiosos, atendendo a necessidades de nossa gente em nossas alegrias, e em nossos sinistros. Naquela oportunidade, a capela se encheu de gente, curiosos com o primeiro evento, alardiosos com aquele primeiro intento, muita gente participou daquela festa que, para outras, abriu caminho; das pessoas que já moravam, das pessoas que chegavam, muitos outros casamentos se enfileiraram, promovendo encontros e desencontros naquela gente alegre em nosso cantinho. Foi uma data que marcou a história, lembrada e relembrada por muitos e muitos anos, foi uma data que ajudou a se ter uma visão otimista para o aglomerado de pessoas que se firmava neste nosso rincão; um casamento, um momento de enlace que nos trouxe o impasse para sonharmos neste lugar que hoje é o que é, que sonha num amanhã bem maior, com mais casamentos, de antemão.

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O GRANDE POVOADO XVIII... A história conta que o primeiro casamento religioso em nosso primeiro povoado, no final dos anos 50, ocorrido na Capela de São Pedro, fez, entre nós marco histórico; os nubentes foram moradores de nosso lugar, Aurélio José de Oliveira que casou-se com Izaura Matias de Jesus, dois jovens que deram início à vida a dois, e a mesma vida à muitos outros eufóricos. Estava aberta a temporada aos casamentos locais, a Capela já tomava categoria de local reconhecido a eventos como aquele, a Igreja Católica já dava ares novos à paróquia que crescia desenfreada; um padre e uma estrutura mínima já se encaminhava de Alcobaça para atender às necessidades religiosas de nossa gente, a catolicidade regional já via bem o futuro que o destino nos emparedava. Depois do casamento memorável, a Capela machou em passos mais largos na direção de se constituir uma igreja como deveria, passou a ser uma outra fase de existência, presença e atuação religiosa; isso veio trazer outro comportamento mais aprimorado, mais comprometido, mais determinado, por parte da população vigente, em relação à religião, à própria igreja e sua constância laboriosa.

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O GRANDE POVOADO XIX... Por volta do final dos anos 50, durante os anos 60, e, principalmente, até meados dos anos 70, muita ebulição estava acontecendo no povoado de Teixeira de Freitas; a economia estava sendo movida largamente pelo crescente mercado da madeira de lei, da fartura que tínhamos por todos os cantos, das riquezas em pé que todas as fazendas tinham afeitas. De todas as madeiras possíveis à Mata Atlântica, nosso lugar tinha de todas, nosso lugar tinha muitas, e as descobertas foram se acentuando, e mais gente vinha cá buscar o que tínhamos a todo quinhão; chegamos ao ápce de todos os dias, durante todo o tempo de cada dia, caminhões e caminhões saírem de nossas matas, abarrotados de madeira que iam para o sul e para o norte, por nossa região. Muitos ficaram muito ricos, todos ficaram mais enriquecidos, o povoado ganhou muito com tudo aquilo, a nossa gente chegou a dar inveja a muitos que sabiam que por aqui estávamos a viver; isso atraiu muita gente, isto valorizou a nossa gente, isto facilitou comodidades que nos faziam contentes, isto nos deu orgulho, e, sem barulhos, crescemos na medida que era bom pra se crescer.

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O GRANDE POVOADO XX... Nos anos 70, sim, o povoado desenvolveu-se bastante, foi a estrada nova, a BR 101 que abriu portas mil para saída do nosso trabalho, e para a vinda de trabalhadores; a estrada nova colocou o país todo a passar diante de nossa porta, o Brasil todo a ver com seus próprios olhos o que estava acontecendo conosco, em nossa terra, nós, como desbravadores. Depois dela, até estrangeiros vieram nos visitar, até gente de outras culturas passaram a nos encarar, e junto com todos eles, trouxeram tecnologias, ousadias, trouxeram outras muitas oportunidades; naqueles anos, com nossa madeira, com nosso braço forte sem canseira, quanto mais saia nossas notícias para o mundo, mais o mundo vinha deixar entre nós as suas contribuições e bondades. Depois daqueles tempos, tudo passou, mais ainda, a contribuir para nosso desenvolvimento, a construir nossos acentamentos, a conferir os nossos entrosamentos, para que sejamos confiantes quanto ao futuro; É com este espírito, foi com ele também, que estivemos, todos, muito comprometidos com o que acontecia, com tudo que nos envolvia, com tudo que nos vinha, tudo que nos tem feito vivos e maduros.

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O GRANDE POVOADO XXI... No final dos anos 60, até meados dos anos 70, de maneira inicial e bem intensa, o que acontecia em Teixeira, gerava outros acontecimentos singulares; neste período, principalmente, inicial e intensamente, a imigração de comerciantes, vindos de tantas partes próximas e distantes, caracterizavam o crescimento do povoado em seus pilares. Rapidamente as principais ruas do lugar foram tomados pelos mais variados ramos de negócios, atendendo a população, a agricultura vigente, e o desmatamento sem igual; o comércio se estendia, a toda região se oferecia, e fazia tudo e todos se convergirem para o que, por aqui, se desprendia, o que tanto movia para compras, para vendas, visando o apogeu comercial. Foi um período inesquecível, muita coisa estava acontecendo, e mais isto que se ia vivendo, era uma transformação sem paralelo que desenhava a cidade que o futuro não poderia negar; foi, realmente, um período inesquecível, o nosso lugar tomava formas de desenvolvimento, sem dar tempo qualquer condição de preparo, ou reparo, naquela pressa infinda de voar.

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O GRANDE POVOADO XXII... Ainda no período, até meados dos anos 70, outro grupo de imigrantes chegavam por aqui, de forma intensa, juntando-se aos que por aqui já atuavam; os agricultores, os plantadores, os que entenderam a riqueza da terra que tínhamos, do clima nos rendíamos, das facilidades que nos atrevíamos a ter e oferecer aos que chegavam. De um momento para o outro, num suspiro de intrepidez e discernimento, eles chegaram aos montões, trazendo seus bordões, fazendo transparecer a riqueza que estava ao nosso dispor; eles chegaram e, logo, tomaram frente ao trabalho, volveram-se logo pelos assoalhos, fazendo a terra mostrar seu aflorar, fazendo o nosso canto se mostrar, a música nova que tinham a compor. No final daquela década, por assim dizer, Teixeira já estava tomada de gente e tudo mais que favorecesse a produção intensa que presenciávamos, caminhão a caminhão, todos os dias; era uma beleza só, era como ouro em pó, jeitos e jeitos de ver gente a ganhar, muita gente a plantar, ver todo um povoado a sonhar, ter os sonhos frutificar como músicas cantadas e sadias.

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O GRANDE POVOADO XXIII... Da mesma forma, desde o meio dos anos 60, ao meio dos anos 70, entre os chegantes para estarem conosco, para enriquecerem conosco, trabalharem conosco; os pecuaristas, os criadores, homens de negócios que trouxeram seu gado, seus empregos, suas mangas arregaçadas, homens que trouxeram muito contra nosso futuro tosco. Usando os espaços abertos pelas madeireiras, comprando terras de matas já abertas pelos fazendeiros, famílias vindas do interior baiano e mineiro chegaram e por cá, se instalaram; sem demoras, sem muitos esforços, nosso rebanho, em finais daquele período, já era um dos maiores do Estado, pelo estremo sul da Bahia, estes pecuaristas vieram e entre nós, ficaram. Muito contribuíram, com os demais setores, com os demais empresários, para que por aquele tempo, a nossa Teixeira já fosse proeminente, já se mostrasse essencial até para toda a nação; muito se deram, com suas famílias e investimentos, com seus trabalhos e produção, para nosso povoado abastecer muito do mercado consumidor distante ou dentro de nossa região.

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O GRANDE POVOADO XXIV... Isso mesmo, entre 1965 e 1975, as regiões próximas e distantes se esvaziaram em direção ao nosso povoado em rápida e grande formação, todo mundo estava vindo; todo dia, dia após dia, gente e mais gente chegava, famílias e famílias se instalavam, a BR. 101 recém-inaugurada, ficava abarrotada dos carros e ônibus que chegavam, o povoado estava tinindo. Era gente de todo jeito, com os mais variados predicados, com os mais significativos interesses futricados, a primeira grande reiqueza de nosso lugar, os que estavam e os que chegavam pra cá; de um momento para outro, como se fosse de um dia para a noite, Teixeira se encheu de parceiros, verdadeiros tropeiros, gente elencada, com consciência desbravada, trazendo esperanças sem parar. Muitas fatias a serem distribuídas, muitas riquezas a serem consumidas, cada um ao seu jeito, num desenfrear perfeito, parecia que o rápido crescer estava organizado e sob todo o controle; mais gente apressada, mais ansiedades atreladas, havia sucesso no arsenal, o futuro reservava o maravilhoso e esperado bem geral.

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O GRANDE POVOADO XXV... Chegaram e foram muito bem recebidos todos quantos chegaram, chegaram, e por serem homens de bem, foram muito bem recebidos em nossa terra; chegaram trazendo esperanças, trazendo disposição, tranzendo bonanças, trazendo comoção, vieram trazendo na bagagem, o que melhor podiam oferecer ao desenvolvimento que viram, e acreditaram no que o povo, até hoje, encerra. Nomes essenciais, importantes àquele momento da história, ainda hoje fazem coro com os demais vultos que se deram a todo empenho, para promover os caminhos que trilhamos pra nossos dias; nomes como Hegberto Rabelo Pina, Alcenor Barbosa, Otacílio Barbosa dos Santos, Oto Morbeck e outros, gente da melhor qualidade, gente séria e determinada que nos trouxe características que compuseram o teor das nossas canções sadias. Naquele período, logo depois de 65, pela década que se seguiu, chegaram muitos deste quilate, chegaram muitos para todo embate, e disto tudo nascia e frutificava o povoado com se construía para além; era nossa história que se estruturava, ardil histório que se implacava, a nossa força histórica que se mancheteava nos braços robustos e dinâmicos destes tantos novos que nos chegavam, e nos fizeram muito bem.

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O GRANDE POVOADO XXVI... No final dos anos 50, morre o estatístico, o baiano e Dr. Mário Augusto Teixeira de Freitas, o idealizador e organizador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e e deixou serviço duradouro; o governo da Bahia, achou por bem prestar uma homenagem póstuma, orientou os chefes das Agências de Estatísticas a proporem aos prefeitos de cada município que dessem o nome dele a logradouros. Foi nesta circunstância que o grande povoado se incorporou à devida homenagem proposta, desse jeito também entramos na história do Estado e na história do Brasil; também, deste jeito, o Estado e o país entraram na nossa história, no nosso existir, entraram definitivamente nos relatos de nossa caminhada desperta, envolvente, decisiva e varonil. Na evolução de nossa existência, aquele momento fechava um ciclo inicial de nosso ser povoado, era começo de um novo momento no desenvolvimento que não poderia mais deixar de acontecer com a gente; até à emancipação, este segundo instante histórico passou a constar como essencial para a formação do “caráter” que hoje desfrutamos, como cidade de progresso com olhar e alvos bem à frente. Todos que chegaram, e os fatos que nos envolveram, passos que nos armaram, sonhos que precaveram.

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O GRANDE POVOADO XVII... Assim que em 1957, o então chefe da Agência de Estatísticas de Alcobaça, órgão instalado naquela cidade, para cumprir seu papel em nossa imensa região; em cumprimento às determinações emanadas da Inspetoria do IBGE na Bahia, em Salvador, na busca de perpetuar o nome que queriam homenagear, pelo seu papel essencial em toda a operação; à Prefeitura e Câmara naquela cidade, homenagem póstuma ao imortal baiano Teixeira de Freitas, como definitivo nome do povoado de São José de Itanhém, fez a honrosa solicitação. E assim foi, e assim aconteceu, Comercinho dos Pretos, Mandiocal, Tira Banha, Duas Pernas, São José do Itanhém, nossa terra e nossa gente assumiu, de vez, um nome já com grande significado a considerar; o povoado, que já era razoavelmente grande, assumiu um nome consideravelmente grande, nome que ultrapassava os limites da região, e do Estado, um nome tão grande quanto muito grande o povoado iria se tornar; a partir daquele ano o futuro enorme que nos aguardava na vida e na história, estava estampado no nome que a própria história se encarregou de nos dar; naquele momento só nos restava aceitar, só nos restava acreditar e nos afobar, só nos restava mesmo era para o futuro nos deixar levar.



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O GRANDE POVOADO XVIII... Teixeira se tornaria Teixeira, proposta que foi bem aceita pelo, então, Prefeito Municipal de Alcobaça, homem honrado e de visão, Manoel Euclides Medeiros, que logo tornou a idéia verdade jurídica; através do Ofício de nº 91, de 14 de fevereiro de 1957, documento que demonstrava sua perspicácia sociológica, com profunda sabedoria e vivência política. Era, este documento, mais ou menos com o seguinte teor: Sr. Agente, tenho a satisfação de comunicar a V. S. que no entroncamento da rodovia, que liga esta Cidade a Medeiros Neto com o ramal do Porto São José, está sendo fundado um povoado, obedecendo todas as técnicas urbanísticas que houver, que por deliberação desta Prefeitura, e legislações afeitas, em homenagem ao grande criador do IBGE, recebeu o nome de Teixeira de Freitas. De lá para cá, no correr que os anos fizeram ajustar, o povoado tornou-se grande e importante, tornou-se muito maior e desenvolvido, cresceu demais; com isto trouxe e levou gente, deu oportunidades inigualáveis a todos que se dispuseram a dar sangue e suor ao trabalho e ao progresso de nossa gente, a todos que mostraram que somos uma gente capaz. Neste tempo, desde o povoado que foi se tornando grande, nossa cidade é um sonho que se expande.