Dezembro 2014... A HISTÓRIA GEOGRÁFICA



Foto de Jônatas David Brandão Mota.
A HISTÓRIA GEOGRÁFICA I... Pelo início do século XVIII, em nossa região, por toda a região, só havia Caravelas, uma grande extensão territorial, só Caravelas no registro de então; por toda uma extensa área nestas paragens, nas divisões territoriais, a única unidade político-administrativa, era a bela e encantadora cidade, por todo esse cantão. Neste tempo, iniciou-se os estabelecimentos documentários quanto às propriedades e as conformações territoriais pelo país, por estas bandas, por toda parte que houvesse; cada povoamento mais dinâmico, mais rico, mais produtor tomou a frente, organizou-se politicamente, administrativamente, registrou tudo que lhe coubesse. Nesse tempo, Teixeira existia no futuro, não tinha como ser prevista, mas, de qualquer forma, estava por aqui, de alguma forma se preparando para intervir no que seria; por certo, ansiosa por chegar seu momento de aparecer, de florescer, de se fazer a bela encantada que, deixar de ser, como hipótese, não havia.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA II... Desde, então, do século XVIII até o XX, o recente século passado, especialmente a partir dos anos de 1950, as delimitações aconteceram; registros passaram a ser mais exigidos, e mudanças vieram, naturalmente, formatizar aspectos geográficos geradores de situações para progressos que nasceram. Estava tudo muito atrasado, evidenciavam, assim, o quanto o Extremo Sul era região esquecida de todo um enorme Estado, o quanto era, literalmente, a última região da nossa Bahia; Outros espaços já estavam além, outros territórios já estavam em passos mais largos e distantes, a nossa região era a última, nesta ação administrativa, que se venceria. Até hoje temos muitas propriedades sem registros adequados, até hoje temos muitas glebas que não se sabe de quem, realmente, cobrar qualquer pertencimento; mas, muitos já se avançou, e geograficamente este extremo do extremo de um continente estadual já se ganhou no passo a passo deste necessário registramento.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA III... Registros reclamam que até os anos de 1970, a nossa cidade de Teixeira de Freitas, era um ponto perdido dentro da Mata Atlântica; era um povoado sem expressão camuflado, esquecido, embrenhado no matagal que restava na Bahia, da esplendorosa Mata que até hoje nos traz beleza com toda a sua semântica. Era assim o nosso município, naquele perto tempo, como um grupo de árvores e casas que existiam abrindo caminhos por entre a floresta que verdeava toda a região do nosso Estado; Era assim a nossa terra e a nossa gente, vivendo como nativos, donos de terras que não eram deles, mas, também, donos de uma garra sem par dum lugar ainda não desbravado. Era um simples vilarejo sem graça que juntava famílias e fazendas, criação de alguns poucos animais, e uma agricultura de subsistência, sem nenhuma pretensão de se sair do indeciso; um potencial enorme que de tão adormecido, fraquejava até seus moradores, intimidava até seus fundadores a qualquer esforço que fosse preciso.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA IV... Nos idos de 1970, escondida nas matas sobrantes da região, Teixeira de Freitas era um povoado sem significação, sem nenhuma expressão; nenhum registro externo, nada que demonstrasse ser um lugar conhecido ou lembrado fora do pequeno espaço que estava, nenhuma lembrança fora das paredes de seu torrão. Só quem aqui morava, somente os moradores em nossas terras e rios sabiam deste canto mavioso, somente estes tinham o lugar como alguma referência, por algum motivo, a se mencionar; até estes, mesmo tentando explicar em outras paragens, não conseguia ser entendido sobre o canto que moravam, o canto que faziam suas vidas, o bom canto para sonhar. Eram poucos os que aqui viviam, os que plantavam, pescavam, criavam, eram muito poucos os que poderiam ter alguma razão para conhecer o nosso lugar, e dele, por aí, falar; E, até parecia, que estes poucos não tinham vínculo com mais ninguém ou nada fora daqui, é certo que ninguém sabia, naquela época, o que, daqui, mencionar.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA V... Até os anos de 1980 era notório, a ausência de uma constituição municipal apropriada, para um povoado com o porte de Teixeira de Freitas, no que havia; notava-se uma carência em muitos sentidos, em várias áreas, para que se pudesse entender uma visão correta política das governanças sobre a grande vila que existia. Se sabia que o núcleo urbano que pairava sobre o lugar, em todos os itens exigidos pela lei, no atender das mínimas necessidades de seus munícipes, era algo por demais singular; os primeiros Prefeitos e Vereadores pagaram, mais que qualquer outro, preço e desgastes, para tentarem fazer a engrenagem inexistente, funcionar. Já nascia grande em tamanho territorial e em tamanho demográfico, o que a fazia grande, também, em dificuldades a serem superados, a serem perseguidos no que diz; dividuldades que estão sendo abatidas com o desenrolar do tempo, com a passagem de seus eleitos, com a boa vontade de um povo ávido por crescer feliz.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA VI... Antes da emancipação de 1985, geograficamente, Teixeira era subordinada a dois municípios, dois amigos e maravilhosos municípios de então; estava no limiar, fazendo limitação entre eles dois, era a marca frondosa das fronteiras glamorosas de duas cidades costeiras, belas, ricas e de boa relação. Alcobaça, mais que Caravelas, até mesmo pela lisura territorial, tinha mais presença sobre o povoado, tinha mais domínio sobre a singela e sonhadora população; Caravelas, mais que Alcobaça, com sua história militar, era mais comedida, mesmo com seus direitos de sede, no uso de sua condição jurídica, era a menos exposta à usurpação. Alcobaça ou Caravelas, Caravelas ou Alcobaça, as duas cidades não poderiam imaginar quem seria Teixeira no mapa futuro do território que elas compunham naqueles tempos; era como hoje, olhando os povoados que se avizinham a nossa cidade, quem pode imaginar o futuro de cada canto destes? Ninguém pode prever nada neste momento.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA VII... Em 1985, Teixeira de Freitas, quando de sua emancipação, quando de suas lutas políticas visando sua independência e auto-determinação; instituída grande vila nos perímetros de dois municípios constituídos e de grande extensão territorial, Teixeira estava exatamente nos cantos deste cantão; assim ela se mantinha, assim ela crescia, assim o grande vilarejo se expandia, se tornava maior que cada cidade sede que lhe lhe mantinha segura sob o comando da administração. Era interessante estar no povoado naquela época, as duas cidades tinham presença quanto ao que faziam ou deixavam de fazer para o bem do povo habitante por aqui; gente que começava o dia num município e terminava noutro, que morava num e trabalhava noutro, que começava compras num e encerrava noutro, um alvoroço em si; era interessante ver muitas ruas, endereços, bairros e até casas, distribuídos sobre o território de dois territórios, plantados em dois lugares assim.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA VIII... Alcobaça, um pouco diferente de Caravelas, quanto à administração que exercia sobre o território do povoado de Teixeira de Freitas, pouco antes da emancipação; notadamente era mais compassiva com a vila em crescimento, dava mais atenção às necessidades que podia atender dos reclames que surgiam, e espontaneamente surgiam daquela população. Um primeiro motivo a se entender para esta mais atenção, era o fato de que Teixeira estava mais para seu espaço territorial, ocupava mais seus domínios geográficos, e isto lhe exigia mais ação; também, por outro lado, Alcobaça, por ser menor, em relação a Caravelas, estava menos desorganizada em sua governança na sede, deixando os administradores com mais vistas para o vlarejo em expansão. Outros fatores contribuíam para que, inclusive, o Prefeito viesse aqui morar e administrar; situações que levavam todo o universo a, pela nossa cidade de hoje e do futuro, muito bem conspirar.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA IX... Pelos idos de 1980, Teixeira era de muito pouca importância, mesmo considerando o vertiginoso crescimento que se imperava por uma ou outra situação; isso conotava muitos limites já existentes para se considerar uma organização política, mesmo que o porte do povoado já fosse maior que muitas cidades já constituídas, e, assim, com mais tempão; isso indicava que outras prioridades deveriam ser atendidas pelas cidades sede, pelo Estado, pelos políticos e até por quem interessado fosse, o que impetrava ações concretas só no futuro, ao empurrão. Essa pouca importância, por estes e outros muitos sempre lembrados, muito suficientes para atrasar a pressa crescente de nossa gente, na busca de agigantar mais ainda o premente florescer; retardava, também, numa onda consequente a tudo mais que se deixava para depois, os passos reais e legais para se estabelecer com clareza, a tão necessária organização administrativa de um povoado a crescer.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA X... Antes, durante e logo depois da emancipação, Teixeira crescia, ela se expandia, ela se alastrava numa pressa tamanha, ia em frente sem nunca parar para nada; mais que depressa, as pessoas chegavam, as pessoas se juntavam, elas mascaravam a estadia, elas ficavam, e num crescimento horizontal, o povoado se esparramava numa violência muita brava. Não havia quase nada ou ninguém para ordenar tal progresso, para orientar tanto ingresso, para dar acesso a acomodações que fossem consideradas eficientes no aspecto administrativo do que se via; era todo mundo chegando, e todo mundo se arrumando, todo mundo se mostrando dono do que podia, fazendo o povovado tomar proporções gigantescas, em pouco tempo, ante o que se pretendia. Não havia outro jeito, era assim ou era assim; e a pressa do crescimento, e da busca das oportunidades não cessavam, e mais gente chegava, e mais gente era chamada por todos para cá, para “vim”.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XI... Chegou por aqui, a BR 101, chegou trazendo todo tipo de esperança, chegou trazendo oportunidades que transformaram a nossa gente, a nossa história viril; era os anos 70, o Brasil estava em ebulição, em ebulição estava a nossa região, e Teixeira passou a receber muito do tudo que chegava pela nova estrada que atravessava todo o Brasil. O povoado estava à margem de tudo que acontecia naquele momento, do nordeste que se retirava para o sul, e o sul que mantinha contato com o norte e nordeste que é o nosso lugar;  à margem de tudo isto, a futura cidade se entrosava com tudo, atraindo quem passava, mostrando oportunidade para quem passava e acreditava no melhor em aqui vir para morar. Ali estava a grande estrada, construindo Teixeira e esta construindo sua história real; ali estava a nossa estrada, dando de si para fazer nossa cidade avançar o seu futuro, nos fazendo bem maduros, na busca da emancipação, nosso sonho surreal.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XII... Pelos idos da década de 1970, com a chegada da BR 101, e por ela trazer muito, inclusive gente boa de todos os lados, mudanças passam a acontecer por todos os lados; muitas pessoas passam pela estrada, muitas pessoas chegam pela estrada, vão se estabelecendo, vão se aglomerando na expansão horizontal do povoado, do território em seus espaços vazados. As mudanças que elas trazem, as mudanças que elas produzem, passam a transformar o lugar geográfico, e uma das primeiras são as matas que passam a serem tratadas como efetivas derrubadas; para um motivo ou outro, para venda ou compras, para produção ou subsistência, a Mata Atlântica  vai sofrendo aqui, o que por outros cantos já era normal, ela já vive sua história devastada. Em seu lugar, quando não era para estabelecer fazendas e moradias para os chegantes; era com certeza para pastagens na busca de grandes lucros, para atender um progresso que se dizia ofegante.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XIII... Quando da chegada da BR 101, o que já acontecia mui lentamente, a invasão da mata que já ocorria serenamente, pelos vários motivos econômicos no lugar; de uma forma mais abusada, mais intrépida, mais violenta, agora, passou a efervescer a economia de nossas terras, as ambições de nossa gente, e o progresso corrosivo se implantou para ficar. Num instante, sem que ninguém percebesse, imensas regiões de nossa vizinhança passou a sofrer a mão dura das derrubadas, a voz severa do comércio, passou a por no chão, o verde celeste da nossa verdadeira riqueza; era a estrada nacional que trazia e levava, que abria horizontes vassalais para o escoamento do que antes nos era caro e, pra o futuro, nos trazia ameaças de pobreza. Teixeira está se encontrando com a nova estrada, Teixeira está se modernizando naquela nova estada; mas, em compensação, Teixeira está se roubando, está se fazendo molestada.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XIV... Em meados dos anos de 1970, a sorte estava lançada, a BR 101 estava plantada e já produzia seus resultados avassaladores sobre o possante povoado aqui; um processo antigo e lento de progresso já tomava mais corpo e coro, já tomava mais força e constância, tudo já se armava silenciosamente para a Teixeira que hoje desfrutamos a seguir. Repentinamente, mas de forma lenta e gradual, foram chegando os criadores de gado, baianos de outros cantos que vinham dar sua contribuição ao desenvolvimento que se declarava como teixeirense; chegavam de outras regiões, traziam suas culturas e padrões, lotavam nossos canteiros de anfitriões, nos faziam submersos na alegria de recebe-los e com eles crescermos para o futuro que nos pertence. Chegaram com suas riquezas e compraram terras e mais terras para a tarefa da criação; chegaram com seus sonhos e nos ganharam com o carinho do seu trabalho e dedicação.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XV... Depois dos criadores baianos que por aqui chegaram pela nova estrada nacional que por aqui passava, mais gente continuou a chegar para ficar com a gente; o fluxo de famílias, de todas as partes, era comum aportarem por nossas ruas, vindos pela rodoviária ou pelos comboios de carros que os trazia são e salvos para esta terra de esperança nascente. Chegou o momento dos criadores mineiros, homens e mulheres que traziam sotaques diferentes do “painho e mainha” que, ainda, continuavam a vir, formando a leva dos chegantes para aqui viver; vieram criar gado, comprar terras boas para a carne e o leite, trazer e produzir riquezas que somaram aos que aqui estavam, elevando o povoado ao lugar promissor, como era de se querer. Teixeira agora não era mais um território, como antes, baiano; a mineirada invadira, estava por todo canto, ganhando e se doando, construindo o paraíso que hoje estamos conformando.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XVI... E a estrada está para trazer mais gente, e vai continuar seu papel de pousar muita gente de todas as partes, trazendo mais gente para a Teixeira de então; vieram os baianos aumentando o gado que já tínhamos por nossa redondeza, vieram também os mineiros trazendo mais gado aumentando a riqueza de nossa nossa criação; vieram, agora, os capixabas, os madeireiros homens e mulheres do Espírito Santo, vieram dar contas da madeira derrubada pelos primeiros quando transformou em pastos, uma grande gleba da nossa região. Eram todos bem vindos, e não havia como não recebe-los com a melhor recepção que pudíamos oferecer; a estrada trazia todos, oferecendo o paraíso que éramos, o lugar próspero que tínhamos, o encanto de nossa convivência, o que nossa terra se mostrava fértil ao enriquecer; a estrada trazia todos, os atraía de muito longe, restava-nos apenas a boa recepção do receber.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XVII... Nos anos de 1970, a grande estrada nacional iniciou uma leva de gente a chegar para Teixeira, para fazer desta terra o lugar de todos eles, e de todos nós a viver; baianos, mineiros e capixabas, gente de todos os lugares, pessoas de todos os naipes, novos cidadãos sonhadores que vieram se juntar aos nativos que por aqui habitavam a sobreviver. De maneira desinformada, muito contextuada com a época do progresso desenfreado, os de antes e os chegantes entre nós, juntos, buscando a riqueza que a nossa terra propagandeava longe; todo mundo correu a derrubar as nossas matas, todo mundo correu a transformar o nosso habitat, todo mundo correu a destruir o que tínhamos de mais caro, de mais sadio, e de mais virtuoso na gente. Ninguém era inocente, todos se lançaram a este crime pela ganância de egoístas interesses, sim!!! Ninguém era culpado, todos se prejudicaram nisto por viverem uma época que era assim.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XVIII... Pelos idos de 1980, Teixeira já é outra, irreconhecível, o povoado já tem outra cara, é um gigante ansioso na espera de sua emancipação velada e construída; todo mundo de todo canto veio dar outra roupagem, outra campagem ao que se organiza como lugar de de sonhos e deslumbramentos, um espaço de gente determinada e instruída. Inegavelmente, o núcleo toma força, deixa de ser um aglomerado de pessoas sem destino, um amontanhado de peregrinos, torna-se uma semi-cidade com voz política, comercial e até industrial; não havia mais como o Estado não ter os olhos voltados para este lugar, deixar desapercebido o que se construía por cá, não havia como não reconhecer a estrutura que estava se fazendo verdadeiro manancial. A força produtora, comercial e política que se conquistava por toda a região; destacava a futura cidade, Teixeira, como capital antecipada, na Bahia, de todo este baiano cantão.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XIX... Olhando-se do futuro, para aquele passado, mesmo antes da sonhada emancipação, um fator tem sido visto como essencial para o desenvolvimento do lugar; a chegada das serrarias, o primeiro beneficiamento da madeira colhida por toda a mata que estava sendo derrubada, a exportação da madeira beneficiada produzida ao comerciar. Notava-se que o número de serviços, profissionais, comércio e pequenas indústrias, crescera, todo o movimento paralelo forçava o povoado e a região a experimentar uma movimentação sem paralelos; estava confirmado o progresso, o futuro que estava chegando a Teixeira, fazendo-a o lugar de aspirações, de riquezas, de gente boa que vinha de todo canto com seus sonhos singelos. Rapidamente, o povoado já se materizalizava como cidade, antes de ser cidade; se materializava como lugar de futuro, antes do futuro, com toda sua generosidade.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XX... Antes da emancipação, início dos anos 80, os grandes movimentos trazidos e mantidos pelas serrarias, trouxe outros resultados que forçou o amadurecimento de nosso lugar; o comércio foi um dos grandes resultados, um dos grandes fatores para o ligeiro progresso que todos traziam e que todos queriam, para, morando, e aqui fazendo suas riquezas, todos pudessem desfrutar. A região inteira passou a vir para cá fazer compras, a região inteira passou a vir para cá vender os seus negócios, Teixeira passou a ser centro convergente de comércios em desenvolvimento; gente do sul e do norte, vinha se juntar às gentes que para aqui chegavam a comprar e vender o que precisavam ou produziam nos seus quintais, cozinhas, pequenas ou médias indústrias e fomentos. O povoado com porte de cidade, progredia a todo vapor; promovia, de todas as formas, incentivos para que os seus e outros trabalhassem com ardor.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXI... Junto com a transformação que acontecia muito rápida e essencial para o aparecimento de Teixeira como mais que um povoado à beira da grande estrada; junto com pasto que invadia ousadamente a Mata Atlântica para atender os baianos e mineiros que por aqui se aprochegavam na produção bovina que na forte economia se engendrava; junto com as serrarias que, da mesma forma, invadia o resto da mata que sobrou, levando para longe o fruto do nosso desmatamento, trazendo riquezas que, mais ainda, nos dava porte, disposição, e nos aparelhava; as nossas terras foram mostrando outra vocação, outra forma de melhor aproveitar o tamanho de prejuízo que estávamos trazendo sobre nós com tanta "desmatação" que, por si, nos conclamava. Éramos um lugar rico para a agricultura de produção; nossos desvios abriram olhos para amenizar as derrubadas infames, nos dando outra evolução.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXII... Nos anos de 1970, quando o “Milagre Brasileiro” aquecia o mercado nacional, especialmente o sul e sudeste do país quanto ao produzir e consumir desenfreado; Teixeira de Freitas também viveu os resultados benéficos de tudo aquilo, vendo a sede e a fome dos sulistas exigirem que sua madeira e agricultura fosse passado a eles, entre seus importados. O nosso comércio emergente se fazia presente e frutífero nas feiras, nas lojas, nos supermercados e shoppings pelo Brasil a dentro, estávamos lá com nossos produtos de boa aceitação nos meios mais exigentes; e, com isto, o povoado crescia, se desenvolvia, com facilidade produzia, e nossa terra, e nossa gente se fazia mais forte, mais fértil, mais trabalhadora, e, em muitos sentidos, crescente. A futura cidade se despontava em sua propensão; tudo lhe abria as portas favorecendo sua via de desenvolvimento, sua via de importância para toda uma nação.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXIII... Com toda pujança vivida pelo povoado de Teixeira de Freitas, pelos anos 70 e 80, pelo que já produzia para mercados do sul e sudeste, ao longe, pelo Brasil; algo novo passa a compor o histórico de crescimento para o que já acontecia, algo novo de benefício a todos passa a acontecer, elevando o vilarejo a degraus mais altos no seu triunfante historial. As terras férteis, agora mais conhecidas e cobiçadas, tornam-se atraente singular para outras gentes, mais gentes, de várias partes do país, todos ávidos de trazer e desfrutar mais vantagens; migrantes agricultores e empresas cooperativas passam a chegar ou se aproximar do que Teixeira era, ou do que Teixeira produzia, juntaram-se acrescentando mais riquezas à nossa produtiva engrenagem. Estava crescendo, uma locomotiva a todo vapor; o povoado se desenvolvia de todas as formas, com tudo isto que vinha em seu favor.

A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXIV... Nos anos 80, o povoado alegre estava cada vez mais repleto de gente vinda de quase todas as partes do país, principalmente das regiões mais perto; estavam por todos os cantos, por todos os lados, envolvidos em quase tudo que respirava o desenvolvimento de nossa gente e nossa terra, que dizia respeito ao progresso mais esperto. Eram pessoas ávidas por produção e lucro rápido, ansiosos por investir e ver o resultado imediato de seus investimentos, uma cultura suigeners que ardilava todas as relações no momento; era o que tinha trazido tanta gente, era o que ainda chamava gente de todos os cantos, era Teixeira com suas promessas facilmente acreditadas pelos daqui e os distantes naquele tempo. Ela prometia, e rapidamente todos viam que ela cumpria; todos, a um, entendia, e o povoado ia se formando e reformulando, era assim que ele crescia.

A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXV... Anos Antes, e até quando da emancipação, duas atividades enriqueciam o povoado, e fazia Teixeira conhecida por todos os lados do país em desenvolvimento; o beneficiamento da madeira, as serrarias produzindo e, com isto, conquistando o nordeste e o sul do Brasil, com caminhões e caminhões levando longe a produção do lamentável desmatamento; e, também, a agricultura produtiva, frutas e legumes em alta produtividade, abastecendo a cidade, a região, e indo longe aos mercados mais exigentes e bons de pagamento. Junto com tudo isto, e numa escala um pouco menor, outras áreas se desenvolviam a reboque; estão em alta o comércio que já abastece a região, a valorização dos imóveis, e outros investimentos em seu enfoque; Teixeira era um espaço aberto para novos investimentos, novos ganhos, e novos estoques.

A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXVI... Um fator comercial que deu muita sustentabilidade a Teixeira e ao seu porte produtor, tanto no beneficiamento da madeira, quanto na agricultura produtora; era, naqueles tempos, um mercado promissor e assegurado para todos os produtos aqui originados, um mercado consumidor de portas abertas às empresas e iniciativas compradoras. Tudo que aqui fosse feito para vender, o nordestes e o sul estavam prontos a receber, prontos a consumir, Teixeira tinha freguesia certa, sempre fiel, escoamento perfeito para o que tinha; isso dava tranquilidade para os produtores da nossa terra, dava estabilidade para nossa economia, dava firmeza ao nosso crescimento constante, para o futuro que já nos vinha. Naquele período, chegamos a ser o maior produtor de mamão do mundo inteiro; era o Brasil e o exterior, os mercados que recebiam os frutos do nosso canteiro.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXVII... E Teixeira crescia, e se fazia maior, e se fortalecia, e seu desenvolvimento era notório e gratificava toda a região, todo mundo ganhava com isto; os que eram, os que chegaram, os que chegavam, os que estavam para chegar, todos eram Teixeira, e com todos, todos queriam estar, todos se faziam de Teixeira, pelo bem visto. Assim, tudo era progresso nesta terra, e da mesma forma, a pecuária tomava rumos surpreendentes, eram as pastagens ganhando força e relevância no desenvolvimento desta terra alegre; o leite, a carne, tudo que ela podia oferecer, abastecia o povoado, as cidades vizinhas, toda uma região, e ia além, para outros lugares levando virtudes, e trazendo os lucros em febre. Era mais um ramo de negócios para a nossa terra e a nossa maravilhosa gente; era mais um jeito sadio e coletivo de fazer Teixeira ser, sem modéstia alguma, o paraíso do lucro crescente.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXVIII... Somando-se a tudo que já lembramos, para o progresso rápido e surpreendente desta nossa terra maravilhosa e cheia de muita graça, que muita alegria nos trás; um fato não pode ficar sem ser lembrado e retribuído para o resultado que todos temos assanhado, a Estrada Nacional que veia a nós, e que de nós segue para outros mundos que nos apraz. Portas foram abertas, escancaradas com a BR 101 que bateu à nossa porta, se oferecendo como o caminho que precisávamos para chegarmos aos sonhos que ambicionávamos desde o começo de tudo; ela chegou, e antes de se concluir, já era fator essencial para o crescimento desenfreado que desceu sobre nossa gente, sobre nosso lugar, ela simplesmente trouxe o mundo às nossas portas de sortudos. Sem ela, não teríamos, talvez, chegado a lugar nenhum; sem ela, nossa história teria sido outra, pra nós, talvez, a história “nem thum”.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXIX... Povoado muito grande que ficava cada vez maior, mais grande, com mais gente chegando, com mais famílias povoando, era assim que rápido Teixeira crescia; pelo que saiu, pelo que chegava, muita e muita gente vinha de longe ou perto, mas todos vinham trazendo suas malas, suas vidas, seu trabalho, sua disposição de crescer e fazer crescer a terra que nascia. A aspiração era uma só, o anseio era um só, a vontade era a mesma com todos, as pretensões eram uma só, uma só avidez a comandar todos os corações que haviam ou chegavam por aqui; a vontade de viver, de crescer, de trabalhar, de enricar, de fazer dinheiro, ganhos, de promover mais conforto e segurança para si e para os seus, eram todos no mesmo sonho, eram todos mesmo assim. E Teixeira crescia, e não parava de crescer, não cessava de ver gente nova todo dia, a todo momento, gente que chegava para conosco viver.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXX... Antes da emancipação, durante e após isto acontecer em 1985, tudo está contribuindo para o desenvolvimento apressado do povoado, para o progresso muito esperado. Os baianos, os mineiros, os capixabas, e tantos outros de cantos tantos que se juntaram a estes no que chegavam com suas famílias e sonhos, com seu trabalho e fome de viver melhorado; a agricultura produtora, o rebanho de gado promissor, a madeira de lei beneficiada, e outros tantos produtos que somatizaram os desejos de nossos forasteiros em ficar conosco e nos ajudar a ser esmerados; a bendita estrada nacional que escancarou todas as nossas melhores entradas, e facilitou todas as nossas lucrativas saídas, nos construindo como povoado de enriquecimento consagrado; tudo isto, e muito mais que nos envolveu em consequência disto, foram motivos mais que justificados para entendermos o nosso crescimento acelerado.

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A HISTÓRIA GEOGRÁFICA XXXI... Teixeira era uma locomotiva apressada, crescia e por isso, e por causa disso, atraia mais e mais gente, mais e mais negócios, mais e mais progresso; ainda era um povoado da possessão de Alcobaça e Caravelas, ainda vivia sua dependência integral das duas cidades vizinhas, o que lhe era incômodo, empecilho, o seu caminho histórico opresso. Tudo vinha para cá, tudo acontecia por aqui, tudo tinha vida e robustez, por ser daqui ou estar por aqui, era assim que o povoado vivia sua existência de ascendência, de desenvolvimento coletivo e comercial; mesmo sendo povoado, já tomava posturas de capital, de centro do extremo sul, de um lugar pronto para fazer acontecer todo o desenvolver das cidades vizinhas, de todo este canto baiano, regional. Era uma locomotiva, sustentava a si mesma, as cidades matriarcas, e outras cidades; produzia, vendia e imponente construía seu futuro de facilidades.