ORIGENS - 2014



Mai06... ORIGENS I... Teixeira de Freias tem muitas histórias em muitas de suas histórias fascinantes; e, que, neste tempo de celebrações, vale a pena relembrar, viver, sentir-se em todo o esmaecer de seus contos e cantos embriagantes. A “Enciclopédia dos Municípios”, obra editada em 1958 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE), hoje, Fundação IBGE, no volume XX, descreve gostosamente frenética, em detalhes muito pitorescos, os municípios de Alcobaça e Caravelas em suas longevidades poéticas. Muitos fatos que vamos nos reportar, nesta festa de recordações, aqui e agora como antonte, a partir de amanhã, nos basearemos nesta fustigante e graciosa fonte. (Estamos indo juntos ao Jubileu de Pérola da nossa igreja e de nossa cidade)

Mai07... ORIGENS II... Alcobaça e Caravelas, uma ou outra, as duas tão belas, de cada uma destas histórias ordeiras, nasceu crianças que se tornou Teixeira. Mais do que nasceu como entendemos, nosso torrão foi desmembrado, como sabemos; e em todas as nossas essências nuas, inclusive territorial e cultural, somos integralmente elas duas. É claro que estes traumas necessários, não são felizes, não são de acordos, mas é o que acontece nas matizes; é assim que politicamente se nasce, ou mais que nasce. Ao mesmo tempo que temos dívidas imensuráveis com estas nossas vizinhas, temos orgulhos irrefutáveis por termos nascido de suas melhores vinhas; ao mesmo tempo que demos angústias neste desmembrar, oferecemos benefícios que muito se tem a comungar. Teixeira são elas, da junção de duas grandes, uma maior que as levam a existirem belas, muito belas. (Estamos indo juntos ao Jubileu de Pérola da nossa igreja e de nossa cidade)

Mai08... ORIGENS III... Especificamente, para os anos da década de cinquenta, em relação ao pequeno povoado que se tornaria Teixeira, não há, registros na “Enciclopédia dos Municípios” que se sustenta; e, à margem destes relatos estatísticos e históricos meticulosos, esta povoação se aglomerou sem o devido olhar minucioso. As gentes passaram a, por aqui, se encontrar; os vários cantos da Bahia e outros vizinhos itinerantes, passaram a formar um novo canto de alegria, que no correr dos tempos haveria de se tornar, da região, o canto dos cantos de quem bem sabia. Nesse afan frenético e compensador, gentes chamavam mais gentes, e até hoje, nesse futuro encantador, Teixeira se tem feito robusta cidade crescente.

Mai09... ORIGENS IV... Outra situação não registrada na Enciclopédia dos Municípios, é o crescer vertiginoso que esta povoação teve, desde o início que continuou tendo. Impressiona os mais distraídos dos leitores, o espantoso crescimento verificado no tempo, desta que sempre se mostrou vocacionada a princesa de sua região.Em menos de 30 anos, atingiria o número de quase 124 mil habitantes, segundo o último censo. Eis Teixeira de Freitas, eis ela, a nossa terra, que hoje aniversaria, que hoje completa mais um ano de existência como terra emancipada, mas muito cheia de encantos de suas duas mães terras. Hoje 29 e nove anos, e, não demora, seus trinta anos, seu Jubileu de Pérola, seu igual à nossa igreja, o mesmo tempo, a mesma companhia, a mesma vivência o mesmo tom de vida e importância a todos que delas se achegam para ser gente.
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Mai10... ORIGENS V... Em relação ao seu começo mavioso, as poesias rompantes das testemunhas ávidas com os encantos daqueles momentos, retratam o esplendor do humilde povoado, do rosco aglomerado casebril, formado inicialmente por famílias negras, gente de suave beleza rara, que em seus cotidianos sobreviventes rastaram estas terras de um lado para outro, rancaram munidos como feras, as madeiras de lei que mobiliaram muitas distancias deste país. Aquelas primeiras gentes ainda banham os contornos desta cidade, ainda estão presentes nos sonhos ousados de nossas felicidades. Teixeira de Freitas é negra, da raça valente e destemida, baiana, que é sutil, festeira e, por demais, meiga, meiga demais.

Mai11... ORGIENS VI... Nos começos desta povoação, conhecida às vezes pelo nome de “Mandiocal”, conhecida, as vezes, também, pelo nome de “Comércio dos Pretos”, Alcobaça e Caravelas testemunhavam, em seus limites territoriais, a formação desta que seria uma gente irrequieta e “progressível”. Das mandiocas e dos “pretos” que lhe emprestavam o nome do lugar agitado, Teixeira se manifestava ataviada de belezas nos mais variados aspectos que um lugar pode ter de belo, gente e como esta gente sobreviver. Era, realmente, um início, um significativo início de cores e verdumes assimilados, que já expandia força e futuro para todos os lados, herdando o lugar de disposição gigante para o amanhã que já se mostrava.

Mai12... ORIGENS VII... O aglomerado de gente estava lá, nos cantos de dois municípios, como que, esquecidos, somente lembrados pelos passantes, pelos itinerantes, os comboios de mulas que viajavam por estes caminhos ou lhes paravam para vender mantimentos que transportavam. Um comercinho que não apresentava perspectivas de crescimento. Quem por cá se inteirava, não conseguia ver futuro maior nos históricos daquela gente negra, saudável e corajosa, neste lugar de muita chuva, muita mata, muita distância e muita pobreza. Os primeiros que aqui chegaram não encontraram motivações contagiantes, na verdade, trouxeram e plantaram, por aqui, toda tenacidade frutificante para ficarem e atraírem outros mais.

Mai13... ORIGENS VIII... Eis Teixeira naqueles primeiros momentos, um cantinho erguido às margens de uma estrada aberta por firma de madeira, no meio da mata e ventos. Da volúpia carência de árvores de lei aos pagantes, entre a fartura que estas terras oferecia aos chegantes, o jeito de marcar território e domínios, os primeiros habitantes foram plantados, tudo em formas de condomínio. A terra estava sendo possuída, as matas estavam sendo abduzidas, nossa cidade estava sendo, gente por gente, construída. É disto tudo que Teixeira nasce e sempre se renasce, e a história se faz a melhor testemunha desta povoação, história que transformou de um nada, a cultura escultural de uma agente que é só coração.

MAIO14... ORIGENS IX... Num canto de dois municípios, as quatro primeiras barracas, feitas com pedaços de madeira, palhas e taipas; marcam o inicio da povoação, guardando pessoas e, também, por mesmos motivos, aguardando outras tantas muitas pessoas, para esta mesma embarcação. Tais buraras de conforto mínimo ou nenhum, “sacrilejava” a presença fumegante de almas, mas, porém, instigava a vinda de mais almas para a vida ascendente, comunitária. Daqueles quatro cantos familiares, Teixeira se tornava embrião, constava-se como semente de um povoado que se descobria em uma bela canção. Hoje, cercados de mansões, ou mesmo de outros tantos casebres, vislumbramos aquele passado, aquele início de presságios não breves.

Mai15... ORIGENS X... A Enciclopédia dos Municípios demonstra a origem da origem de nossa terra, de nossa cidade; o que havia, os “casebículos” existentes não chegavam a merecer a atenção dos estatísticos mais intransigentes. Nada fica mostrado por eles quanto àquele tempo inicial. Não há como ser considerada, nada se evidenciava sobre a cidade magnânima que veio a se tornar daquele canto imemorial. Como aquele, naqueles momentos, muitos sempre já existiram, e muitos e muitos existem; e, da mesma forma, são desprezados como estatística de algum lugar, por qualquer iniciativa que se registre. A precariedade do espaço, e a precariedade dos assentos, por causa da precariedade dos registradores intendentes, fazia a pequena povoação ser invisível, ser totalmente inexistente.

Mai19... ORIGENS XI... Não dar a devida atenção aos primeiros momentos do “Comércio dos Pretos”, até que se podia compreender, pelas quatro ou poucas “casiléias” que compunha o ligeiro povoado a lhe envolver; mas o grau de registro, da Enciclopédia dos Municípios, de maneira alguma pode ser classificado como rigoroso neste acontecido, pois nela há referencia de aglomeração que não passam de 30 habitantes, em outros cantos, na mesma época nos nossos esquecidos. Fato é, que nem assim Teixeira de Freiras teve cobrança, pssou desapercebida, não tinha nada que lhe valesse qualquer singela lembrança. Mas, também, fato é, que isto, e outros tantos istos não foram suficiente; para impedir que esta garota, em todo seu esplendor, viesse a se tornar a bela donzela que nos encanta hoje em nossos sonhos inoscentes.

Mai20... ORIGENS XII... Em sua estirpe, nossa garota Teixeira surgia e crescia despercebida pelo mundo que hoje a assiste; a “Bananal” de belo e contagiante futuro, é uma menina sem atrativos, esquecida e apagada num muro. Mas está lá, tem nascimento, engatinha como todos, por todos os cantos, tem tudo essencial para festejos de sonhos e encantos; ainda não dá para ver, mas será uma mulher de fascínios e espantos. O mundo perde por não ter olhos para quem já marca presença onde está, Alcobaça e Caravelas perdem por não ter olhos para a doçura, nelas, notar. O destino está preparando tudo para fazê-la a sedução de toda uma região, está moldando a natureza, a riqueza e toda a presteza nativas e chegantes, para torna-la a flor exuberante que num futuro breve será, na admiração de todos, o sonho mais feminino e aloucante.

Mai21... ORIGENS XIII... Esquecida sim, era o que se via, mas não precisaria de muito tempo para se destacar no mapa econômico da Bahia. O “Comércio dos Pretos” não ficou como era, cresceu, mudou de tudo quanto houvera. Do bebê sem graça, do gentil lugar embrenhado no matagal, estava a surgir uma grossante massa, uma menina moça polida em madrigal. Mais curto que o tempo apressado, muitos já volviam suas atenções para este nosso canto do Estado; a garota encantada mostrava sinais de sedução e labor, atraindo os caminhos de todos que buscavam cruzar-se em suas estradas de riquezas e sabor. Teixeira, nossa terra de valores e encantos mil, de maestria em ser ambiente de tolerâncias, convivências e de beleza sutil, tem sempre seus braços abertos, seus sorrisos contagiantes e atrativos, seus cativantes chamados ao Brasil.

Mai22... ORIGENS XIV... Não foi muito tempo para se vê o que vemos, em menos de uma geração uma cidade robusta e sonhadora tem sido o que temos. Transformou-se em um dos mais importantes aglomerados do Estado, muito difícil para se aceitar que em pouquíssimo tempo atrás não passava de um insignificante povoado. Esta é a nossa Teixeira, sua história, sua pressa, sua vontade de ser grande, um antes formado por gente bem brejeira. Somos nós, os que aqui nasceram, os que aqui chegaram, todos que aqui se estabeleceram, todos que com seu carinho e entrega, com Teixeira, por Teixeira, amaram, produziram e aqui cresceram.

Mai23... ORIGENS XV... É muito complicado acreditar no que ocorria nos registros estatísticos em derredor; por aqui estava Teixeira, “Bananal” como se queira chamar, até “Tirabanha”, nestas estradas de pó; não existia esta gente, não eram notados nos censos demográficos das décadas de 1960, 1970 e 1980, eram invisíveis, nada consta desse aglomerado de chegantes que hoje ostenta. Crescia esta menina de beleza singular, aos cantos de qualquer reconhecimento do seu existir e do seu perambular; mas crescia, tornava-se moça recatada pela natureza, mesmo aos olhos turvos de quem deveria notar, ela se fazia a própria singeleza, ela se fazia a cidade deslumbrante que hoje não se consegue deixar de amar.

Mai24... ORIGENS XVI... Entre as pujanças de duas cidades maduras, poéticas, belas e sadias, dividida entre os dois municípios de políticas seguras e ardias, a menina Teixeira se formava, dava sinais de futuro, se robustecia. Mesmo em suas tenras origens, quem a conhecia sempre encontrava um bom motivo para voltar, para estar com ela, sempre fazia de tudo para, com outros chegantes, se juntar e viver nela. De Caravelas e Alcobaça sempre muitos, de perto e de longe, muito mais, e gentes e famílias se chegavam, traziam muito e por outros muitos vinham atrás. A menina Teixeira prometia, e de muitas bandas, muitos aventureiros, ela atraia, e eles chegavam, e chegavam, e em pouco tempo, entre as duas cidades, todos eles se rendiam.

Mai25... ORIGENS XVII... Uma das coisas muito explícitas nos anais que a Enciclopédia dos Municípios conclama, nos números registrados naquelas informações sobre o nosso lugar inexistente; era que o nosso povoado gigante servia apenas para engordar a população do distrito da simpática Juerana, nos fazendo estatística inconsistente. A pesar das distâncias que nos avizinham do outro povoado já presente e reconhecido, era como se fôssemos do mesmo canto, da mesma história, enriquecidos; visíveis apenas como parte daqueles que nos amigam com seus encantos. Pecaram contra nós, pecaram contra nosso passado, no mínimo, nos fazendo pobres do que contar, no mínimo nos fazendo menores no que lembrar.

Mai26... ORIGENS XVIII... Eis o Bananal a crescer, esquecida e invisível, injustiçada em seus primórdios, lançadada à própria sorte irreversível. Não era, e o que conseguia ser, só alcançavam ver como parte distante de outro povoado que, junto, a abraça, Juerana, do município de Caravelas, e do distrito sede de Alcobaça. Teixeria, A bela menina gentil se fazia presente de muitas maneiras, até já campairava pelos comércios da região, mas, por motivos políticos ou outros, que se faziam falhos e às beiras, isolavam-na fazendo-na iniforme e sem significados em seu quinhão. Enquanto crescia era apagada, enquanto existia era desalmada, mas sua magnânime teimosia não lhe dava motivos para fraquejar em seu destino de estrela a contemplada.

Mai27... ORIGENS XIX... Um testemunho contra nossa história, nosso olhar à meninice de nosso rincão, nos registros oficiais sobre a gênese de nossa população; um dos censos demográficos, por exemplo, para Juerana, vila de pouco mais de 990 habitantes naqueles tempos, aparece com uma população rural de 28.244 habitantes naquele momento, enquanto Teixeira não existia para contagens significativas em seus assentamentos. Era assim, foi assim, e para tais contingentes, o grande povoado apareceu do nada em fim, de uma hora para outra, como que caídos do céu em gentes, ou em mudanças coletivas por si; queriam fazer crer que a garota Teixeira surgiu a encantar, pronta, bela, moça, deslumbrante como ninguém poderia nunca imaginar.

Mai28... ORIGENS XX... Outro testemunho contra nossa história, nosso olhar à meninice de nosso rincão, nos registros oficiais sobre a gênese de nossa população; um dos censos demográficos, por exemplo, para Alcobaça, a cidade boa, era de pouco mais de 3.500 habitantes, enquanto a população rural era superior a 30 mil pessoas. Teixeira esquecida, era somada a Juerana, e magnitava o tanta gente numa numeração pra lá de profana. Mas tudo bem, entre perdas e feridas, eis a povoação que cresceu, eis a garota aparecida que driblou os olhares distraídos e em progresso se converteu. Chega Teixeira aos quase trinta anos de emancipação, ainda uma adolescente cheia de mistérios, contemplos, esperanças e muito e doce coração.

Mai29... ORIGENS XXI... E, nasceu Teixeira, num cenário esquecido pelos olhos, apagado pelos registros que lhe beira; e hoje não podemos deslumbrar o nascer e o crescer desta moça elegante e feliz de ser. Mas, mesmo assim, é uma história cheia de informes; por ter sido como ontem, muitos ainda vivos testemunham tudo nos conformes. Um caso aqui, outro acolá, e a riqueza de detalhes inunda a história deste lugar. Somos uma gente marcada pela aventura, somos impetuosos e muito comedidos, somos sonhadores e férteis criaturas. Em pouco tempo chegamos, investimos, produzimos, e com tudo isto construímos uma cidade moderna e aconchegante; vindos de muitos cantos, hoje somos Teixeira de Freitas, uma cidade bela e empolgante.

Mai30... ORIGENS XXII... Em suas origens, Bananal, Comércio dos Pretos, Tirabanha, ou outro nome que os vários cantos tenham lhe dado, Teixeira nasce e se assanha, o povoado aparece no melhor canto que a natureza lhe tenha presenteado. Surgiu essa gente simpática, com todos os dotes possíveis para ser sempre muito amada; com todos os atrativos sedutores para no início e no seu futuro profíquo, continuar muito, de muitos, namorada. Se destino há, não há como ter dúvida da exuberância que se reserva para esta cidade querida; não há como ter dúvida da fragrância que se enerva nesta felicidade remida, chamada Teixeira, que hoje, então, mulher de beleza singela, é fantasia de sonhos sonhados, em seus muitos filhos, em cada coração.

Mai31... ORIGENS XXIII... Disto tudo que já relembramos, está muito de tudo que nossa Teixeira foi e é, esta a marcha silenciosa e altaneira que participamos, está o jeito atrevido desta terra encantada ser mulher. É claro que há muito mais a se rememorar, há muito mais a se recompor nos registros de nossa gente, há filhos nativos que viram e ouviram muito deste contar, e que hoje são testemunhas vivas e surpresas que, contando, sabem nos fazer um povo contente. Em poucos anos de vida, que nossa história tem para se celebrar, muitos e muitos livros não seriam capazes de atender; se todos os detalhes e fatos vividos por aqui fossem em opúsculos enletrar, nunca se poderia, o quanto possível de páginas, um exímio escritor, mesmo em sonho, prever.