As ORIGENS DE TEIXEIRA DE FREITAS


A enciclopédia dos municípios, editada em 1958 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE), hoje, Fundação IBGE, no volume XX, descreve em detalhes os municípios de Alcobaça e Caravelas, de onde foi desmembrado o território de Teixeira de Freitas. Não há, contudo, registro dessa povoação desde os primeiros anos da década de 50, e que, em menos de 30 anos, atingiria o número de 123.858 mil habitantes, segundo o último censo.

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O humilde povoado, formado inicialmente por famílias negras, conhecido às vezes pelo nome de “Mandiocal” ou “Comércio dos Pretos”, não apresentava perspectivas de crescimento. Erguidas às margens de uma estrada aberta por firma de madeira, no meio da mata, as quatro primeiras barracas, feitas com pedaços de madeira, palhas e taipas, que marcaram o inicio da povoação, não chegavam a merecer a atenção dos estatísticos.

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Essa enciclopédia é considerada o trabalho mais completo já realizado sobre os municípios brasileiros. Ela registra sobre cada um deles todo o tipo de povoação existente na época, seja nas categorias de cidade, vila ou povoado, seja na categoria de “outras aglomerações”.

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O grau de registro de maneira alguma é classificado como rigoroso, pois há referencia de aglomeração que não passam de 30 habitantes. Nem assim Teixeira de Freiras teve registro. Surgia e crescia despercebida pelo mundo, mas não precisaria

de muito tempo para se destacar no mapa econômico da Bahia. Transformou-se em um dos mais importantes aglomerados do Estado, sem, no entanto, marcar presença nos censos demográficos das décadas de 1960, 1970 e 1980.

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Dividido entre os dois municípios, o povoado gigante servia apenas para engordar a população do distrito de Juerana, do município de Caravelas, e do distrito sede de Alcobaça. Num dos censos demográficos, por exemplo, Juerana, vila de pouco mais de 990 habitantes, aparece com uma população rural de 28.244 habitantes, enquanto o distrito sede de Alcobaça (cidade com mais de 3.533 habitantes) registrava uma população rural superior a 30 mil pessoas.

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Fonte: Jornal Alerta de Maio de 2009